Moda, sustentabilidade, criar&sofrer e metas pro ano novo
Leituras recomendadas 1/24
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MODA E SUSTENTABILIDADE
Eu acho que ser sustentável não basta mais. Levei essa pauta pro meu primeiro texto no blog da Renner como colunista lá (!!!) pra discutir sobre como a moda pode pegar conceitos da agroecologia pra si e aplicar na sua produção. Eu trabalho com a Renner desde 2018 e, a cada ano, fico surpresa positivamente em ver a quantidade de coisas que eles conseguem incorporar de verdade na prática do dia a dia. Hoje, por exemplo, são mais de 80% das roupas que já tem o Selo Re, que é um selo que fala sobre a composição da peça e indica que matéria prima menos impactante foi usada naquela roupa. Isso é super significativo e tem muito a ver com a ideia de, cada vez mais, incorporar que a melhoria nos produtos, na produção e em outros locais do ciclo de uma roupa, é constante. :)
Achei que valia compartilhar com vocês aqui também.
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KIKI HOUVE? FICA DIREITA!!
Apaixonada no conteúdo do Gabb desde o primeiro vídeo que eu vi: ele faz reviews de looks de famosos comentando 100% na honestidade e comparando as roupas com umas refs MUITO engraçadas tipo “a última vez que vi um lençol tão sujo foi quando dormi numa república de engenheiros em Uberlândia” kkkkk. É bom demais, ele é puro suco do carisma.
Mas também, mesmo que na zoeira, acho interessante as opiniões dele sobre proporções, sobre ousar, sobre o que é moda mesmo. Acho que moda é um jeito que a gente criou de construir nossa identidade visual pros outros e, como pessoa formada em design, acho isso super importante. Acho especialmente legal os vídeos dele montando looks, porque são sempre roupas que são muito diferentes. Eu não sou tão ousada, mas é bom ver alguém sendo diferente pra gente pegar inspiração.
Em nota relacionada: ando obcecada com as criações da Schiaparelli que tem olhinhos, muito dourado e surrealismo.
CRIAR PRA FUGIR DO SOFRIMENTO
Fiz uma thread outro dia no twitter pra falar sobre como sinto que preciso achar um jeito de explicar que por anos meu recurso psíquico foi viver com muita regra e ter muito controle sobre tudo e, só por isso e por causa desse ambiente, que foi possível eu ter a ideia de viver uma vida lixo zero e botar ela em prática. E, uma vez que eu descobri o porque eu sofria, esse recurso deixou de ser necessário e aí viver com muito controle se tornou insuportável. O que leva ao fim do uma vida sem lixo.
Faz mais de um ano que eu falo sobre parar de viver uma vida lixo zero porque esse projeto nunca foi um projeto comercial; eu não criei o blog pra ser famosa e fazer dinheiro, eu criei como recurso para meu sofrimento – ainda que só muito recentemente eu tenha visto isso. Por isso é tão difícil falar sobre, por isso sinto tanta necessidade de explicar e por isso sempre foi tão verdadeiro: porque era eu inteira fazendo aquilo.
Algumas pessoas disseram que eu não precisava explicar nada disso, mas eu acho mais fácil falar essas coisas difíceis sobre meus processos do que ter que responder gente meio passivo agressiva nos comentários tentando “me pegar no pulo” porque tá aparecendo lixo, plástico ou embalagem no vídeo.
VAI VIVER OU TÁ COM DÓ?
E, uma vez que a gente se endireitou e quer viver sem tanto controle, essa é a meta pra 2024:
Não, mas falando sério: minhas metas pra esse ano são basicamente viver e ser feliz. Tenho projetos pra fazer, mas projeto é trabalho e trabalho requer planejamento. Diversão ou hobbie eu não faço mais meta, tipo 34 livros pra ler ou coisa do tipo, chega de querer performance pra diversão!!! Nesse tópico sou obrigada a lembrar do livro Sociedade do Cansaço do Byung Chul-Han e do Resista: Não faça nada da Jenny Odell. Esses dois me ensinaram a tentar performar menos, ter menos pressa e me tratar menos como uma marca que precisa de aprimoramento e mais como uma pessoa (que muitas vezes só quer ficar de boa). Faço votos que em 2024 vocês também consigam! <3
Feliz ano novo!
Beijos,
Cristal Muniz
Parabéns, corajoso esse seu depoimento, já que vivemos a era do cancelamento e do julgamento raso da internet
estabelecer um nível de performance para se divertir é uma autossabotagem da mais alta crueldade, um largo passo em direção ao precipício da frustração.