Privacidade na web, uma franja irritando pessoas e de que são feitos os tecidos (ou de que somos feitos nós)
Leituras recomendadas 8/24: muitos assuntos, pessoal!!!
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DE QUE SÃO FEITOS OS TECIDOS?
Dois dos tecidos mais usados em roupas são o algodão e a viscose. Mas: do que eles são feitos, cê sabe? Como eles podem ser mais sustentáveis? Respondo essas duas perguntas na minha coluna do mês no blog da Renner a partir do que aprendi com eles, num workshop com o time técnico de sustentabilidade (chique, né?). Achei bem legal aprender algumas coisas sobre como o processo de escolher e ir atrás de tecidos menos impactantes é cheio de detalhes. Até porque, como eu sempre digo, pra dizer que algo é sustentável a gente tem que explicar como. Clica aqui pra ler e saber mais.
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O FIM DO TUITER
Sim, eu passo bem rs. Estamos todos já no bluesky.
Mas: incrível como os ricos acham que mandam no mundo inteiro, né? Não sou do tipo de pessoa que acha que exigir que se cumpram as leis de um país é tirar liberdade de expressão e por isso mesmo queria recomendar a leitura da entrevista da filósofa estadunidense Shoshana Zuboff pro Expresso (o texto tem paywall mas tem uma foto da entrevista completa na versão impressa lá no bluesky).

Queria destacar a parte que ela diz que é um requisito existencial para os bilionários CEOs das big techs afirmarem que qualquer interferência no que ela chama de caos (das redes) seja um ataque à liberdade de expressão e que isso equivaleria à censura:
“É uma fantasia, uma mitologia que alimentam, porque têm de manter a ficção de que os espaços de informação e comunicação são a praça pública. É uma praça privada, mas não querem que as pessoas saibam, porque, se o soubessem, perceberiam que o que está a ser dito e amplificado não é o resultado de processos sociais orgânicos, como num mundo analógico. A informação divulgada é a que maximiza o envolvimento com a plataforma. Quanto mais envolvimento há, mais dados extraem, e mais poder, influência e controlo possuem. Assim, a censura torna-se uma palavra de código que significa a propagação de toda esta fantasia de que isto é a praça pública, e de que funciona.”
Ela é autora do livro “A Era do Capitalismo de Vigilância” que parece um TRATADO sobre o assunto, o livro tem 800 páginas, parece. Me deu até vontade de organizar um clube de leitura não fosse que o livro está esgotadíssimo. Eu acho que já tinha visto o título por aí e ela própria também aparece naquele documentário “O Dilema das Redes”, de 2020. Mas, de qualquer maneira, esse é o tipo de coisa que a gente precisa pensar ao lembrar que hoje estamos dentro de praças privadas de comunicação e não públicas. Mando essa news do substack, você recebe provavelmente no seu email do google e lê do seu celular apple. E por aí vai. A gente esquece mas o que estar dentro desses ambientes altamente controlados faz pela gente? Com as referências que lemos, imagens que recebemos e coisas que desejamos?
Achei bonito também lembrar de uma saída que ela própria deixa transparecer na entrevista, quando diz que “a praça pública serve para construir solidariedade”. E ela termina e entrevista falando mal de IA, então obviamente eu amei também rs.
SIM, SIGO PENSANDO EM CONSUMO
Tive que dar um pause nos vídeos de descartes que eram pra terminar em julho mas não vamos falar sobre isso rs, o ponto é que sigo de olho pra ver como coisas como a tendência do “underconsumption core” e outras caminham nessa interwebs.
Adorei esse vídeo da Tiffany sobre o assunto porque achei que foi uma análise um pouco mais madura e acertada sobre a trend, as críticas à trend e tudo mais.
Já esse tiktok traz uma perspectiva de análise mais… cultural talvez. E o ponto dele é sobre o comportamento da GenZ e como o fato deles serem muito auto conscientes e preocupados com o que postam, vestem, usam, etc fez com que coisas como essa trend surjam. Essa curadoria de si mesmo, escolhida pra performar, uma vez que tudo é uma performance. E assim, aqui nem é falando “ai porque ELES são assim, eu não sou”, é mais apontando algo que acontece com todos nós (euzinha inclusa).
E aí, pegando esse fio que tô carregando entre todos esses assuntos, queria terminar com esse vídeo da Thai de Melo em que ela fala sobre os comentários muito raivosos sobre a franja que ela cortou. Ela diz algo que achei tão bom sobre, porque é como que pode a franja de OUTRA PESSOA te causar TANTA RAIVA?
Quando ela fala “a mudança do outro exalta a nossa própria inércia” eu dei um gritinho rs. Obrigada à minha amiga Carol que me apresentou essa diva.
Daí você vê né, que me parece ao mesmo tempo uma saída dentro do sistema criar uma trend no tiktok sobre consumir menos mas também parece uma vontade de romper com o que tão te dando goela abaixo. Não sei, mas cada dia mais penso nesse equilíbrio dinâmico de que somos feitos. God bless eu faço análise.
Enfim. Era isso por hoje.
Espero que gostem dos links.
Beijos, Cristal.
e só não espernearam mais porque o x foi bloqueado…